quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

15 de setembro de 1916: havia algo de novo no front






Há exatos 95 anos, em 15 de setembro de 1916, o tanque de guerra era usado pela primeira como arma no campo de batalha em um ataque britânico aos alemães próximo a Bois d’Elville, ou Delville Wood, no Front Ocidental. Os monstros de 14 toneladas que trucidaram as trincheiras alemãs naquele dia foram o ápice de uma ideia que levou 145 anos para tomar forma.
O conceito de um veículo blindado de ataque vem de 1770, com a primeira aparição das esteiras/lagarta. O precursor do tanque moderno – um trator movido a vapor – foi usado pelo Exército Britânico durante a Guerra da Crimeia. Poucos destes veículos foram construídos e eles não transportavam armas.
Em 1899 Frederick Simm desenvolveu um “carro de guerra” motorizado. Era blindado e carregava duas metralhadoras Maxi, tornando-o mais parecido com um carro blindado que com o tanque que conhecemos hoje. Simms ofereceu seu invento ao Exército Britânico, mas acabou rejeitado.
No decorrer da Primeira Guerra Mundial o Alto Comando Britânico continuava indiferente ao conceito de arma de ataque blindada, preferindo concentrar-se na a infantaria e cavalaria. Mas o tanque (ou o “landship” como era conhecido na época, já que era tratado como um veículo derivado dos navios de guerra) teve alguns defensores influentes como o Primeiro Lorde do Almirantado Winston Churchill, que manteve a ideia viva.
Na verdade os primeiros tanques não foram tripulados por membos do Exército, mas sim por oficiais da Marinha, uma vez que a Marinha Real já era responsável pela operação dos carros blindados no Front Ocidental.
Os veículos experimentais receberam o codinome “tanque”, porque seus cascos pareciam com transportadores de água. E o nome ficou.
O ataque de 15 de setembro em Delville Wodd foi feito por um tanque Mark I, comandado pelo Capitão H.W. Mortimore. Foi seguido por um ataque maior em Flers-Courcelette, que empregou 15 tanques. Os britânicos pretendiam usar todos os tanques que tinham – 49 no total – a essa ofensiva, mas somente 22 deles chegaram ao front sem quebrar, e sete deles falharam no início do ataque.
Os alemães ficaram profundamente chocados com a súbita aparição dos tanques, mas logo se recuperaram. Eles rapidamente descobriram que, embora os tiros de metralhadoras e armas menores causassem pouco efeito na blindagem, os canhões da artilharia poderia abater os tanques com relativa facilidade. E os alemães tinham uma artilharia muito boa.
Os pilotos, por outro lado, acharam os tanques difíceis de operar. A visibilidade através das fendas era ruim, e além da propensão a quebras, eram máquinas complicadas: eles rastejavam a 1 km/h (mais lentos que um soldado andando) e encalhavam com facilidade nas trincheiras.


Apesar disso, os britânicos conseguiram alcançar alguns de seus objetivos em Flers, o que impressionou o alto-escalão militar. Nem mesmo o subsequente contra-ataque alemão, que obrigou a Força Expedicionária Britânica a interromper sua ofensiva em 22 de setembro, diminuiu o entusiasmo do General Douglas Haig. Ele mandou construir mais 1000 unidades. Em 1918 os britânicos tinham produzido cerca de 2800 tanques.
Enquanto isso, os franceses construíram 4000 tanques e os usaram como suporte de infantaria. Eles tinham os mesmos problemas de confiabilidade que os modelos britânicos, embora foram bem sucedidos quando usados em ataques em massa. Os EUA construíram 84 tanques, enquanto a Alemanha colocou apenas 20 deles em campo durante a Primeira Guerra Mundial.
Ao término da guerra, tanto os franceses quanto os britânicos pareciam ter perdido o interesse pelos tanques, e pouco fizeram para evoluir a tecnologia durante as décadas de 1920 e 1930. No outro lado do Reno, contudo, aqueles que mais foram afetados pela nova arma começaram a estudar seu potencial para a próxima grande guerra europeia.
O resultado desse estudo: a Blitzkrieg.
Fonte: Firstworldwar.com
Na foto de abertura: um dos primeiros tanques britânicos, o C-15, atrás de uma trincheira próximo a Thiepval em 25 de setembro de 1916. Tinha um escuto anti-granada e esterçamento na traseira, características que desapareceram nos modelos seguintes. (Ten. Ernest Brooks/Courtesia do Museu Imperial de Guerra, Londres)

sexta-feira, 25 de março de 2011

ARMAS EXTRAORDINÁRIAS DA ALEMANHA O AVANÇO TECNOLOGICO

Muitas tecnologias impressionantes e novas armas foram inventadas durante a segunda grande guerra mundial, algumas das quais, chegaram mesmo a ser utilizadas. Outras porém, acabaram por ser aperfeiçoadas mais tarde e entraram ao serviço anos após o fim do conflito, pela mão de outras potências. Essas armas extraordinárias ou "wunderwaffe" chegaram já tarde demais ao teatro de guerra mas, e se tivessem chegado mais cedo?


alemanha nazi hitler armas
É durante os conflitos armados que podemos observar os maiores avanços na tecnologia. A motivação extra para ganhar e a investigação em algumas áreas, leva a progressos extraordinários que, não fossem o esforço de guerra, levariam décadas a serem alcançados. A Segunda grande guerra mundial não foi uma excepção. Alguns dos mais notórios avanços, tiveram a sua génese na investigação alemã durante este conflito, como por exemplo, o programa espacial Russo e Americano na década de 60.
A maior parte de nós já assistiu a programas sobre as armas secretas do regime nazi que, se tivessem entrado em cena noutro momento, poderiam ter invertido o rumo e o desfecho da segunda grande guerra mundial. A Alemanha desde muito cedo que se assumiu como uma nação cientificamente superior, o que lhe valeu um avanço significativo na tecnologia militar utilizada nas primeiras fases do conflito. Talvez por pensar que a guerra já estava ganha, Hitler colocou uma menor ênfase no desenvolvimento bélico ao longo do guerra, o que acabou por se verificar decisivo na fase final. Quando a maré se inverteu, a Alemanha voltou novamente a virar-se para a investigação de armas altamente sofisticadas, num acto desesperado de voltar a virar o rumo do conflito.
Essas armas extraordinárias ou "wunderwaffe" chegaram já tarde demais ao teatro de guerra mas, e se tivessem chegado mais cedo?
WunderWaffe 1 - Visão Vampiro





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Sturmgewehr 44 foi o primeiro rifle de assalto, similar às modernas M-16 e Kalashnikov AK-47. O ZG 1229, também conhecido pelo nome código vampiro, podira ser utilizado por sinppersà noite, através da sua visão por infra-vermelhos. Foi utilizada nos últimos meses da guerra.
WunderWaffe 2 - Tanques Super-Pesados
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Os engenheiros Alemães trabalharam em inúmeros desenhos de tanques super-pesados e o Panzerkampfwagen VIII Maus foi o modelo mais pesado a ser feito em protótipo durante a Guerra. Este tanque pesava cerca de 180 toneladas.
A versão Bear com 1.500 toneladas carregava dois canhões de 800mm e dois auxiliares de 150mm em torres rotativas atrás. Para locomover esta gigantesca estrutura eram necessários quatro motores diesel de submarino U-boat.
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WunderWaffe 3 - O primeiro míssil de cruzeiro do mundo
Propulsionada a jacto, as V-1 começaram a ser lançadas logo depois do dia D, a 13 de Junho de 1944.
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WunderWaffe 4 - O primeiro ICBM - missil balístico inter continental
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Sucessor da v-1, a V-2 foi o primeiro objecto feito pelo homem a alcançar o voo espacial sub-orbital. Viajando a velocidades que alcançavam os 4.000 km/h, era impossível de interceptar e alcançava o alvo mais rápido que a velocidade do som.
Os Foguetes V-2 possuíam um grau de sofisticação elevado para a época, o que os tornava caros face ao poder destrutivo da sua pequena ogiva convencional. Eram lançados a partir de estações móveis, e quando utilizados contra os civis na cidade de Londres, lançaram o medo e pânico entre a população.
Cerca de 3.000 V-2 foram disparadas contra os aliados, matando cerca de 7.000 civis e militares, somente cessando o lançamento quando as forças do Reich foram obrigadas a recuar para além do alcance da arma. Se os alemães tivessem tido mais tempo, o rumo da guerra poderia ser bem diferente, pois o programa em curso incluía ogivas nucleares (em desenvolvimento) ou opções químicas e biológicas que nunca chegaram a ser utilizadas.


WunderWaffe 5 - O avião com propulsão a Jacto
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Messerschmitt Me 262
A aplicabilidade do propulsor a jacto a um avião militar, foi também um dos muitos caminhos percorridos pela máquina militar Alemã. Os engenheiros, para além de desenharem o modelo e protótipo, criaram condições para que este entrasse ao serviço antes do final da guerra mas, não em número suficiente que mudasse o curso da mesma a favor da Alemanha. O Messerschmitt Me 262 apesar de incrivelmente avançado, tinha ainda prestações pobres em combate por não estar substancialmente desenvolvido. Apesar disso, o Me262 reclamou mais de 500 vitórias, perdendo-se 100 aeronaves Alemãs.
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Messerschmitt Me 163 - propulcionado a motores de foguete
Como sucessor do Me 262 estava a ser projectado o Ta-183 que somente foi testado em túneis de vento à data do termo do conflito. Curiosamente, anos mais tarde os Soviéticos projectaram um versátil caça de combate, o temível MIG-15, cujas semelhanças com o protótipo Alemão, apesar de categóricamente desmentido pelo regime soviético, são por demais evidentes.
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Protótipo Alemão do Ta-183
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Mikoyan-Gurevich MiG-15
WunderWaffe 6 - Bombardeiro Sub-Orbital
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Silbervogel, ou Silverbird, era um bombardeiro táctico sub-orbital propulcionado por foguetes. Chegou a ser testado em túnel de vento mas não foi fabricado nenhum protótipo. É, no entanto, um gigantesco passo em termos de engenharia e visão de futuro, antevendo toda uma linha de veículos espaciais, como o Space Shuttle.
Os cientistas Alemães acreditavam que o Pássaro Prateado poderia atravessar todo o atlantico com uma carga de 4.000 Kg, alcançando o continente Americano. O voo seria feito sem escalas, pousando no Pacífico, em território Japonês.
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WunderWaffe 7 - Asa Voadora
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Horten H1
A asa voadora é uma aeronave de asa fixa que não possui nenhuma fuselagem. Todo o equipamento e tripulação é colocado dentro da estrutura principal da asa. Teoricamente, a "asa" é o avião mais eficiente do ponto de vista da aerodinâmica e peso estrutural. Argumenta-se que a ausência de quaisquer componentes externos e o poder elevatório da própria estrutura, proporcionam esse benefício. No entanto, como se tem vindo a provar ao longo dos anos, a complexidade e custo desta configuração é muito grande, permitindo que tenha uma aplicabilidade prática algo limitada na aeronautica civil moderna. O Horten H1, voou pela primeira vez em 1944. Depois da guerra, muitos protótipos surgiram com base na investigação Alemã.
Muitas outras armas fantásticas foram produzidas e testadas na tentativa de alcançar vantagem militar, nomeadamente, o helicóptero moderno, o canhão solar - que faria convergir os raios solares por forma a derreter aviões, máquina de Vortices - destinada criar tornados artificiais, ou o canhão de ar - que criaria condições atmosféricas impraticáveis para os aviões aliados.
Algumas destas tecnologias militares Alemãs permitiram que na última metade do século XX os Estados Unidos e a União Soviética protagonizassem uma gigantesca corrida às armas, aperfeiçoando muitos dos conceitos criados em primeira mão pela Alemanha. Outras, foram utilizadas para outros fins, mais bem pacíficos.

A Escola de